Ansiedade e Bruxismo
- Psicóloga Jéssica C. de Paula
- 21 de jul. de 2020
- 2 min de leitura

Quando você está ansioso(a), preocupado(a) ou muito estressado(a) uma resposta “natural” do corpo é ficar mais rígido, te preparando para luta ou fuga daquele estímulo, deixando os grandes grupos musculares tensionados. Quando o estresse e a ansiedade se tornam frequentes podem causar inúmeros prejuízos físicos como enxaquecas, dores de cabeça, ombros enrijecidos e até bruxismo. Para falar um pouco melhor sobre essa última condição, eu convidei o cirurgião dentista Dr. Rafael Farioli Bertoni, da clínica Umnio, em Tubarão/SC.
"Bruxismo é um dos distúrbios temporo mandibulares (DTM) mais comuns no dia a dia do consultório. Ele muitas vezes é relatado pelo paciente com um discurso de um cansaço matinal, dificuldade de abrir totalmente a boca, dores na nuca, cefaleias (dores de cabeça) e um desconforto nas arcadas, como se todos os dentes estivessem doloridos. Normalmente nós investigamos a questão funcional da mastigação e sinais que caracterizam o bruxismo, como traumas, trincas, fraturas e desgastes dentários. A correlação do fator emocional é comprovado. Os pacientes ansiosos costumam extravasar sua ansiedade em hábitos como ranger e apertar os dentes, igualmente a um roer de unhas. Ainda assim, existem tratamentos satisfatórios no meio odontológico para proteger os tecidos e estruturas dentárias, assim como diminuir as sequelas deste distúrbio, eliminando as dores e aumentando a qualidade de vida do paciente. De nada adianta focarmos no tratamento sem eliminar a causa, seja ela emocional, precisamos da parceria com a psicologia para devolver ao paciente uma saúde plena e o bem estar. Normalmente indico um acompanhamento psicológico de 6 meses, e discuto o caso com a profissional trimestralmente, isso facilita entender as crises que o paciente está passando e planejar o acompanhamento do mesmo. Pacientes em crise exigem, muitas vezes, associações de técnicas terapêuticas como toxina botulínica, placas miorrelaxantes e fisioterapia. Já nas fases controladas, o uso da placa noturna já é satisfatório para evitar a descarga de forças sobre os dentes. Cuidar do emocional, facilita os tratamentos em 80% dos casos, sem dúvida."
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